quinta-feira, 31 de outubro de 2013

ENEM 2013

Vejo com otimismo a realização de mais um exame nacional que seleciona estudantes para ingresso nas universidades federais.É muito bom verificar que o ENEM vai a cada ano incluindo um numero cada vez maior de jovens. Sou daqueles que sempre tem a esperança de que da quantidade inevitavelmente sai a qualidade. País de escolarização tardia os indicadores de ingresso na escola vão deixando de ser um "obelisco" ( como afirmava Anisio Teixeira), mostrando que esse tempo, que infelizmente foi o meu, começa a ser superado e timidamente vai se transformando numa pirâmide cuja base começa a incluir milhões de jovens "bárbaros" filhos e filhas da multidão de analfabetos que foram historicamente excluídos da escola

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

NÃO A CRECHE DE MEIO PERÍODO

Pensar em creches, educação infantil é pensar no direito social da criança garantido pela constituição Brasileira de 1988 que reconhece a educação infantil como dever do estado e, esse reconhecimento veio e se tornou possível pela incansável luta de diversos movimentos, entre eles o movimento das mulheres, os movimentos comunitários, o movimento dos trabalhadores e o movimento dos próprios profissionais da educação. Desde então o processo de revisão das concepções sobre a educação de crianças em espaço coletivo tem sido constante e intenso na busca de uma maturação das práticas pedagógicas dessa modalidade de educação tem-se buscado prioritariamente discutir sobre como orientar o trabalho junto à criança de zero a três anos. A educação infantil como vemos hoje é resultado de um grande avanço mediado por muito esforço, estudo e dedicação de muitos profissionais imbuídos do desejo de avançar cada vez mais no desenvolvimento da criança. Em Rondonópolis esse trabalho tem sido aprimorado anos após anos. No final da década de 70 a oferta da educação infantil neste município pelas instituições públicas era quase inexistente. Num ato corajoso e destemido da carítas diocesanas de Rondonópolis nas pessoas do padre Lothar e da saudosa professora Wilma Boach Francisco inicia e mantém por muitos anos nada menos do que 40 creches de período integral e parcial atendendo a mais de 2 mil crianças nos bairros mais carente da cidade. Já nessa época apesar da precariedade dos (prédios) estruturas físicas, o trabalho pedagógico e a preocupação com o bem estar e a segurança da criança era muito grande. Nos últimos anos o Município passa ofertar de forma menos tímida essa modalidade de educação, porém não o suficiente para atender a grande demanda reprimida há muitos anos. Para agravar ainda mais a situação as novas legislações dão conta de que as creches Caritas já não atende mais as exigências, especialmente no que diz respeito aos espaços físico fazendo com essas creches sejam repassadas a esfera Municipal e essas crianças são distribuídas nas creches já existentes e, claro isso contribui para reprimir ainda mais a demanda já existente. A realidade hoje muito tem nos preocupado, pois estamos convivendo com creches superlotadas e uma pressão muito grande e o tempo todo para aumentar ainda mais a quantidade de crianças nas unidades e, nós sabemos que isso não só não vai resolver o problema como está adoecendo nossos professores e corre-se o risco de sérios acidentes dentro destas salas, simplesmente porque é quase impossível um professor conseguir atender a 12/13 crianças na faixa etária de dois a três anos que é a quantidade de criança por adulto e isso claro sem observar a legislação que reza sobre a quantidade de criança por espaço q se não me falha a memória no estado de Mato Grosso é de 1,37 m e ao que tudo indica a situação se agravará ainda mais nos próximos anos em que se fala de atendimento em creche por meio período e ai cabe a pergunta: Qual é a função da creche? Segundo o que me consta e o que diz a Lei de Diretrizes de Base esta primeira etapa da educação tem como dever Educar e Cuidar da criança de zero a cinco anos, no período diurno, e em período integral ou parcial, vale lembrar que historicamente Rondonópolis sempre ofertou essa modalidade em período integral para que de fato se pudesse atender a mãe trabalhadora, de outra forma perderia em parte a razão de ser e praticamente deixaria de contribuir com essas mulheres mães trabalhadoras que continuariam tendo que deixar seus filhos nas mãos de babas, lembrando que esta é uma profissional já quase inexistente nos dias de hoje uma vez, que o pólo industrial e comercial em franco desenvolvimento na cidade tem se utilizado do trabalho feminina que claro, tem preferência por esses espaços de trabalho e então as creches já não teriam a função que tem hoje o que seria sem dúvida um grande retrocesso, especialmente se olharmos todo esforço e trabalho coletivo nos anos anteriores por grandes profissionais, para chegarmos aonde chegamos e agora darmos não só um, mas vários passos p trás sem atentar para as consequências dessa atitude, principalmente, para classe trabalhadora de Rondonópolis isso é no mínimo demonstrar pouca preocupação com a realidade de nossas crianças é andar na contramão das políticas sociais deste país. Esperamos sinceramente que nossos gestores tenham a sensibilidade de pensar a Educação infantil como um dever do estado e um direito da criança e dê aos pais o direito de opinar já que são eles quem paga os impostos deste Município e os principais interessados nesta discussão afinal serão eles também os maiores prejudicados se isso de fato vier a acontecer. Luzia Aparecida do nascimento Professora na rede Estadual e Municipal em Rondonópolis- MT