domingo, 23 de março de 2014

50 Anos do Golpe Militar - Homenagem a memoria de Ramirez Maranhão do Vale

Ramirez foi um das primeiros amigos de juventude com quem compartilhei o meu interesse pela luta politica. Morávamos no mesmo bairro e durante um bom tempo apanhávamos o mesmo enibus para irmos para escola. Ambos eramos não apenas adversários da ditadura nosso sentimento era de que eramos inimigos dela e que nossa tarefa era encontrar um caminho para derrota-la. E ai divergíamos de forma acalorada. Eu defendendo o caminho institucional e ele em defesa da luta armada. Pouco tempo depois perdemos o contato. Ramirez mergulhou profundamente em sua escolha politica de combate a ditadura. Só voltei a ter noticias de Ramirez mais de dez anos depois quando estava envolvido na campanha pela Anistia e o meu irmão mais velho me mostrou uma reportagem no jornal Em Tempo em que seu nome aparecia na lista dos desaparecidos pela ditadura. Ramirez nunca foi encontrado. A noticia que se tem é que ele foi torturado e morto junto com mais um companheiros e duas companheiras na praça da Sentinela em Jacarepaguá no Rio de Janeiro em !973. Seus corpos foram carbonizados e sepultados em uma vala l comum para indigentes. Militante do Partido Comunista Revolucionário Brasileiro quando foi assassinado tinha vinte e dois anos. Passados cinquenta anos do golpe militar vejo com preocupação crescente essa ofensiva da direita mais reacionária em trazer de volta para a luta politica a intenção de um novo golpe. Continuo acreditando e lutando pela institucionalização da politica . Homenagear a memoria de meu amigo Ramirez é continuar a luta e manter a minha esperança que aprofundar a democracia consolidando suas instituições é o melhor caminho para garantirmos os avanços no campo social, politico e econômico para os trabalhadores e trabalhadoras.