sábado, 24 de novembro de 2018

NÃO SOFREMOS MAIS QUIETOS


                         

O dia 20 de novembro dia da consciência negra, instituído em todo país, é muito importante para dar visibilidade às lutas dos povos negros por oportunidades iguais. Veja que nossas lutas começam há séculos com a resistência dos escravos que fugiam, montavam os quilombos, faziam greves de fome, rebeliões e praticavam suas religiões de forma clandestina, mas essas lutas sempre foram invisibilizadas.

O surgimento dos movimentos negros torna-se um fenômeno que utiliza diferentes formas e organizações para reivindicar direitos para população negra. Esses Movimentos têm raízes na própria resistência dos negros e negras desde a escravidão. Durante a primeira República, com o crescimento das cidades, os negros, se reúnem em associações de caráter cultural com o fim de manter suas tradições. Na década de 30 a “Frente Negra” cria o primeiro partido político dos negros e negras no Brasil. Na década de 50 a história dos negros passa a ser objeto de estudo acadêmico e surge a lei Afonso Arinos  que torna a discriminação de raça ou de cor uma contravenção, essa lei acaba por mostrar, tornar público o racismo escondido da sociedade brasileira.

Tudo isso para mostrar que nossas lutas não vêm de hoje, mas a muito que lutamos por direitos negados ao povo negro numa sociedade de raízes escravocrata e excludente daí porque é importante a instituição do dia 20 de Novembro queiram as pessoas ou não esta data ganha visibilidade e o tema é debatido e mencionado seja na imprensa, nas escolas, nos movimentos sociais, nas igrejas e vai fortalecendo os movimentos negros e a divulgação de nossas lutas, na década de 70 esses movimentos ganham as ruas e vão dando voz aqueles que sempre silenciaram em seus direitos inclusive a vida e torna-se um marco para as organizações negras no Brasil que consegue garantir direitos na Constituição federal e torna a discriminação crime com a lei 7.716 de Alberto Caó, depois várias outras conquistas vieram pela luta e pela coragem do povo negro vitima de tanta exclusão, mas que não sofre mais calado, quieto.

Finalizando quero ressaltar uma importante lei 10.639/03 que vem tornar obrigatório o ensino da história da África nas escolas e que vem ganhando corpo e adesões como o próprio Ministério Público no sentido de tornar alei efetiva nas escolas publicas e privadas do pais o que muito nos alegra pois compreendemos que é preciso conhecer a história para respeitar, valorizar e lutar pelo presente
 

Luzia Aparecida do Nascimento – Presidenta da UNEGRO  Pantanal Rondonópolis