sábado, 16 de março de 2013

A Tese do Coelho

Num dia lindo e ensolarado, o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois, passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa: R - Coelhinho, o que você está fazendo aí tão concentrado? C - Estou redigindo a minha tese de doutorado - disse o coelho sem tirar os olhos do trabalho. R - Humm .. . e qual é o tema da sua tese? C - Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais de animais como as raposas. A raposa fica indignada: R - Ora! Isso é ridículo! Nos é que somos os predadores dos coelhos! C - Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental. O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos da sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo então resolve saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho: L - Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente? C - Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos. O lobo não se contém e cai na gargalhada com a petulância do coelho. L - Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa... C - Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova. Você gostaria de me acompanhar à minha toca? O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido... Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes. MORAL DA HISTORIA: - Não importa quão absurdo é o tema de sua tese. - Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico. - Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria. - Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos... - o que importa é QUEM É O SEU ORIENTADOR... Essa "fabula" vai para a moçada que esta começando sua formação nos programas de pós-graduação Brasil afora e tambem para aqueles que não estão dando conta de seguir as "orientações do seu Leão ou de sua Leoa.Não conheço quem é o autor ou a autora do texto. Recebi, faz tempo, por e-mail sem indicação de quem escreveu. (MFVMOTTA 16/03/2013

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