domingo, 1 de agosto de 2010

Ocupação da Hidreletica de Dardanelos em Aripuanã em Mato Grosso


Severino Motta unico reporter da midia nacional a cobrir o que aconteceu na hidreletica de "Dardanelos" em Aripuanã no MT esta semana realizou reportagem sobre a ocupação feita pelos povos indigenas da região no portal ig.com.br e que reproduzimos a seguir:


Iphan deve criar museu indígena em Aripuanã


No local serão exibidas cerâmicas e urnas mortuárias encontradas na propriedade da usina de Dardanelos

Severino Motta, enviado a Uripuanã | 28/07/2010 05:03


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deve criar um museu para abrigar peças indígenas encontradas no terreno da usina hidrelétrica de Dardanelos. O material, que está atualmente na capital de Mato Grosso - Cuiabá - deve ser transferido para o noroeste do Estado e ficar em exposição permanente.

O museu será o resultado de um estudo étnico-arqueológico a ser realizado numa parceria do Iphan com o Consórcio Águas da Pedra, responsável pela construção da usina de Dardanelos no município de Aripuanã (1000 km a noroeste de Cuiabá).
De acordo com o Coordenador de Pesquisa e Licenciamento do Iphan, Rogério José Dias, o material possibilitará uma maior compreensão dos povos que habitaram o noroeste de Mato Grosso há "tempos imemoriais".
O estudo e o museu foram parte do acordo feito pelos índios que ocupavam o canteiro de obras de Dardanelos para a desocupação do local. Devido às urnas mortuárias encontradas, os indígenas passaram a considerar a região como área sagrada.
Por isso, o espaço onde as peças foram encontradas deve ser isolado e nenhum tipo de construção poderá ser feito. "As peças que já foram retiradas vão para esse museu. O local será mantido intocável para preservarmos a história dos índios, afinal, ninguém quer que o cemitério onde estão seus familiares seja destruído com obras", disse Rogério.


Líder indígena defende invasão


Presidente da Organização indígena do noroeste de Mato Grosso disse que invasão foi única forma de obter acordo com governo e empresa

Severino Motta, enviado a Uripuanã | 28/07/2010 05:02


O presidente da organização indígena do noroeste de Mato Grosso, Jair Tsaibatatse, disse ao iG que a invasão do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Dardanelos, no município de Aripuanã (1000 km a noroeste de Cuiabá-MT), foi a única saída encontrada para que os índios obtivessem compensações pelo impacto ambiental gerado pela obra. Apesar de considerar a invasão um sucesso, ele disse esperar que algo semelhante não volte a acontecer.
"Está tudo resolvido, está feito o acordo. Fizeram o compromisso e vamos esperar cumprir. Espero que nunca mais aconteça isso", disse.
Jair ainda disse que há mais de um ano os indígenas lutavam por uma compensação devido à usina ter sido construída num terreno que abriga um cemitério indígena. "Tivemos que invadir devido ao fato de que desde a época... a comunidade, a etnia Arara e Cinta-Larga, eles queriam que pagasse a compensação do impacto que estava dando".


Índios desocupam usina de Dardanelos, no Mato Grosso

Índios chegam a acordo com o governo e com empresa responsável pela usina de Dardanelos e deixam o local

Severino Motta, enviado a Uripuanã | 27/07/2010 17:19 - Atualizada às 20:50

O grupo de cerca de 200 índios que invadiu a Usina Hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã – a cerca de 1.000 km a noreoeste de Cuiabá (MT) – começou a desocupar o local nesta terça-feira.
Após uma reunião que durou o dia todo, um acordo entre o governo do Estado, prefeitura, Funai e a companhia responsável pelo empreendimento agradou a comunidade indígena e garantiu benefícios para as tribos Cinta-Larga e Araras, que vivem próximas a usina. Cerca de 50 índios saíram durante o dia e os outros 150 restantes começaram a deixar o local por volta das 20h.
Pelo acordo, o governo do Estado aplicará recursos em um programa para a saúde indígena e também investirá na formação de professores para as aldeias (que ministrarão aulas baseadas na cultura de cada etnia).
A prefeitura de Aripuanã em parceria com o governo fará a manutenção constante das vias de acesso às tribos. Os índios reclamavam que, durante o período das chuvas, ficavam ilhados em suas comunidades.
O consórcio Águas da Pedra, responsável pela construção da Usina de Dardanelos, ficará responsável pela elaboração de um plano que mitigue os efeitos do empreendimento ao meio ambiente e também terá de tocar um plano de apoio social, com estímulo à produtividade das terras indígenas e auxílio na comercialização de excedentes.
Além disso também ficou acertado que o Iphan fará uma pesquisa no patrimônio ambiental e, caso necessário, irá retirar objetos arqueológicos para a construção de um museu que ficará em posse dos índios.
Ao iG, a assessora técnica de gestão ambiental da Funai, Vivian de Oliveira, disse que nenhum tipo de recurso será repassado diretamente aos índios. “Essa história de dar R$ 10 milhões nunca existiu. Nós não apoiamos esse tipo de coisa”, disse.


"Fomos roubados pelos índios", dizem funcionários


Trabalhadores da usina de Dardanelos afirmam que índios roubaram de peças de roupas a celulares e notebooks

Severino Motta, enviado a Aripuanã | 28/07/2010 05:00 - Atualizada às 14:19


Funcionário de usina fala sobre invasão


Alguns dos funcionários que foram feitos reféns no domingo após a invasão à usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã, alegam que foram roubados pelos índios. De acordo com eles, roupas, sapatos, celulares, rádios e notebooks foram levados pelos indígenas. Com o episódio, muitos temem voltar à rotina de trabalho.
"Os índios chegaram de manhã, gritando, arrombando porta e mandando a agente sair dos alojamentos que iam tacar fogo. Depois quem falava no celular eles pegavam. Se gostavam de um tênis pegavam. E nos alojamentos não sobrou nada de ninguém, fomos roubados pelos índios", disse Luis Carlos Anunciação, encanador industrial da usina.
Segundo o relato de outros trabalhadores, que estão alojados em pousadas no município de Aripuaná (1000 km a noroeste de Cuiabá-MT), há receio de voltar a morar no alojamento da companhia.
"Não só eu [tenho medo de voltar], todo mundo, a maioria não quer voltar, para trabalhar é uma coisa, para morar não. Quebraram tudo, colocaram papel dentro do banheiro, em vez de fazer dentro do banheiro fizeram dentro do quarto e nós ficamos no sal, como vai dormir num local daquele com tudo quebrado", disse Marcelino Rosa do Nascimento, encanador industrial.
O capitão Taques, da Polícia Militar, responsável pela primeira vistoria nas dependências da usina, revelou ao iG que encontrou o local "todo bagunçado, com algumas portas arrebentadas e diversos objetos faltando". Mas segundo o capitão, pelo número de índios que estavam no local esperava-se que a situação fosse pior. "O refeitório, uma área de rancho e o painel de força estão preservados. Mas o alojamento, a farmácia e uma parte administrativa da empresa tiveram danos", afirmou.
Na tarde desta quarta-feira, a companhia deve fazer uma relação de objetos que estão faltando para apresentar junto ao boletim de ocorrência que será produzido. Nesta quinta-feira deve ser a vez dos trabalhadores da empresa registrarem os boletins de ocorrência pelos objetos danificados ou que desapareceram dos alojamentos.
Recuperação
Com o fim da invasão, o presidente da Companhia Águas de Pedra, José Piccolli, disse que objetos foram devolvidos pelos índios e que serão encaminhados a seus respectivos donos. Ainda não é possível saber se todo o material foi recuperado.


Índios fazem 100 reféns e pedem R$ 10 mi por construção de usina


Em Mato Grosso, índios equipados com facas e arcos retêm os funcionários que trabalham na construção da usina

Um grupo de cerca de 300 índios de 11 etnias diferentes ocuparam hoje a usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã, no Mato Grosso, e impedem a saída de 100 operários. Equipados com facas e arcos, os indígenas retiveram os funcionário que trabalham na construção da usina e os prenderam em um alojamento. "Os índios em nenhum momento ameaçaram suas vidas. Pediram tranquilamente que fossem para seus alojamentos", disse Antonio Carlos Ferreira de Aquino, o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Eles querem receber uma compensação financeira de R$ 10 milhões pela inundação de áreas indígenas e a interrupção dos projetos de expansão da produção energética por meio de pequenas centrais (PCHs) previstas ao longo do rio Juruena, que corta as reservas. Os índios reivindicam as compensações por parte das autoridades pelo impacto social, cultural e ambiental da obra, localizada a 30 quilômetros de sua reserva.
Aquino explicou que a empresa construtora "dinamitou" parte de um sítio arqueológico considerado sagrado pelos povos da região. "Ao longo do tempo, os índios reivindicaram uma compensação, como prevê a lei de desmobilizações (de obras públicas). Como a hidroelétrica vai começar a operar no final deste ano, perderam a paciência", disse o representante da Funai.
O gerente de Meio Ambiente da Companhia Águas da Pedra, responsável pela usina, Paulo Rogério Novaes, diz que tem receio pelos trabalhadores que estão presos dentro da área. “Eles disseram que, se em dois dias não aparecerem autoridades para resolver o problema, vão colocar fogo em todo o canteiro de obras”, alega Novaes. Na versão dele, o que os índios reivindicam são condições sociais melhores, como acesso à educação r à saúde, melhoria das estradas de acesso às aldeias e inclusão no programa Luz para Todos. “São problemas que o Estado tem que resolver, mas eles acham que são responsabilidades da usina”, afirma o gerente da Águas da Pedra.
Segundo o gerente da usina, a hidrelétrica não funcionará com represas e seu impacto ambiental é baixo. Com isso, os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância. “Mas nós temos um programa de ações mitigadoras que trata de medidas de apoio social. Só que esse programa foi entregue à Funai em 2005 e até hoje não obtivemos resposta. Queremos fazer alguma coisa, mas estamos esperando para saber o que e como”, alega Novaes.
Reintegração de posse
Por determinação do Ministério da Justiça, uma comissão, integrada por representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal se deslocará amanhã para Aripuanã, norte do Mato Grosso, a cerca de mil quilômetros de Cuiabá, onde fica a sede da hidrelétrica invadida, para negociar a libertação dos reféns e a solução do impasse. Os controladores do empreendimento também entram hoje com pedido de reintegração de posse.
A tomada da hidrelétrica foi feita pela manhã por cerca de 300 índios, liderados por caciques das etnias Arara e Cinta Larga, conhecidas pela valentia. Os cintas largas procedem da mesma região de Rondônia, a Reserva Roosevelt onde, em 2004, foram massacrados 29 garimpeiros num garimpo de diamantes. Os primeiros relatos da invasão são imprecisos, mas não há registro de mortos ou de confronto entre índios e operários, que receberam os invasores sem resistência. Eles foram levados para um barracão na construção.
Maior hidrelétrica de Mato Grosso, Dardanelos vai integrar ao Sistema Nacional de 36 cidades atendidas por termelétricas na região. A usina é uma das duas que tiveram construção autorizadas último no leilão de energia nova promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A conclusão das obras da Usina de Dardanelos está prevista para até o fim deste ano.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

O naufragio da terceira via

Contrapondo quase que na contramão ao que se falava então sobre as articulações para as candidaturas a governador em MT afirmei que considerava quase impossível a construção de uma terceira via. No meu entender a disputa iria desaguar em dois grandes blocos um de governo e outro de oposição. Ao que tudo indica os últimos acontecimentos mostram que estou com a razão. Volto agora a repetir os mesmos argumentos que usei em novembro de 2009 e reafirmar que esse caminho, de uma terceira via em Mato Grosso pelo menos para essa eleição,apesar dos desejos do empresário Mauro Mendes e do deputado Percival Muniz está interditado.
Continuo considerando que na medida em que os blocos de poder ganham nuances cada vez mais nacional, aqui na província ficam difíceis movimentos consistentes de rebeldia política. Por mais que os críticos da gestão do presidente Lula esperneiem uma pauta de governo foi estabelecida e o ponto de partida da disputa, em qualquer recanto desse país, é essa pauta. No Mato Grosso não é diferente e desde quando o governador Blairo Maggi no segundo turno de 2006 passou a apoiar o projeto de Lula assumiu o ônus e bônus dessa pauta. Se essa pauta é boa ou não para o Mato Grosso ou para o Brasil só o tempo histórico dirá.
Agora qualquer menino ou menina que esteja começando a fazer política seja no movimento estudantil, no movimento de bairro ou em qualquer outro lugar social está começando a aprender que política é compromisso. Compromisso feito e refeitos segundo interesses objetivos. Quem não entender essa lógica é provável que fique pelo meio do caminho. É verdade que os interesses postos nem sempre ficam claros, tantos são os mecanismos de dissimulação que cercam a luta política.
Pouco acostumados a seguir a orientação dos partidos temos tido todo um comportamento político em que muitos quadros partidários agiam, nos processos eleitorais, motivados segundo suas convicções individuais.Isso para não falar dos que agiam impulsionados apenas por seus interesses e conveniências. Por mais legítimas que fossem essas convicções e interesses. Ou ainda, vá lá, as conveniências.
Ainda não temos nesses nossos tenros anos de vida democrática a consciência que um quadro partidário, seja ele um dirigente, um militante ou mesmo um filiado tem que ter compromisso com o que foi decidido coletivamente nos fóruns partidários. Não faz parte da natureza de qualquer partido político admitir que uma vez tomada à decisão ela não seja posta em pratica por todos. No passado até era tolerado hoje isso acontecendo esta aberta a porta para a derrota eleitoral.
Claro que essa regra não se aplica ao cidadão ou cidadão que não tem filiação ou militância partidária orgânica, que não é quadro dirigente de partido. Enquanto cidadão ou cidadã individualmente, ele ou ela é absolutamente livre para tomar a decisão que bem entender em relação as suas escolhas eleitorais. Agora quando se faz a opção de livremente se filiar a um partido as coisas mudam. Essa é regra básica em sociedades em que a disputa pelo poder de governar o Estado se fundamenta em uma democracia política organizada em partidos.
As recentes escaramuças que estão inviabilizando a aliança PPS-PDT-PSB com acusações fortes dirigidas aos adversários demonstram que nesse estagio em que se encontra a democracia política no Brasil são pura tolice. Blocos de poder tendem a ser monolíticos, não admitem fissuras. O que explica os “rachas” nesses partidos com lideranças se insurgindo publicamente contra essa articulação e com a tendência das direções nacionais procurando fazer valer o que for decidido nacionalmente.
No presente caso mais uma vez se repete a historia de que é difícil servir a dois senhores. Emblemático ele serve para mostrar que está em curso um processo de fortalecimento de partidos de abrangência nacional. No meu entender isso é saudável para a democracia. Impossibilitado de embarcar simultaneamente com armas e bagagens no barco do Serra e Dilma, Mauro Mendes e seus aliados vão certamente naufragar.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

As Fichas

As "fichas" são um problema no universo da vida politica desse pais ja ha muito e muito tempo. Primeiro eram as "fichas" ideologicas. aquelas preenchidas no DOPS e instituições similares que impediam que os "inimigos" do regime pudessem disputar qualquer eleição. Eram os tempos dos fichados como subversirvos. Condenados moral e politicamente a não ocupar nenhum cargo publico pelo voto. O tragico dessa historia é que essas interdições eram realizadas como sendo em defesa da democracia, democracia essa que demorou muitos anos e muitas lutas para começar a ser implantada. Agora são os tempos das novas fichas, da busca pelas fichas limpas, imaculadas. Quem sabe esse projeto das "fichas" ajude que o debate finalmente saia do campo moral e va para campo da politica.

MFVMotta

Ficha Limpa não deve pegar senadores

Pelo menos 31 senadores respondem a ações na Justiça, mas nenhum deve ficar inelegível devido ao projeto

Severino Motta. iG Brasília

O projeto Ficha Limpa, aprovado nesta terça-feira pela Câmara dos Deputados, não deve tornar nenhum senador inelegível caso seja aprovado no Senado e passe a valer para as eleições de 2010. De acordo com dados publicados no site da Transparência Brasil, 31 senadores respondem a processos na Justiça, mas nenhum teria sido condenado por órgão colegiado – exigência do Ficha Limpa para a inelegibilidade.
Entre os senadores há casos como o do ex-presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e de Raimundo Colombo (DEM-SC). O primeiro foi condenado em primeira instância por receber verba de gabinete referente a um mandato de deputado estadual após o término do exercício.
O segundo teria usado verbas das Centrais Elétricas de Santa Catarina repassadas à prefeitura de Lages para promover a festa nacional do Pinhão. As condenações esbarram em dois problemas. Além de terem sido em primeira instância, são fruto de ações populares, o que os deixa de fora da inelegibilidade proposta no projeto Ficha Limpa aprovado pela Câmara.
Para ficar inelegível – caso o texto não seja alterado pelo Senado – é preciso que a condenação seja feita por um órgão colegiado de juízes. Na maioria dos casos dos senadores (veja lista aqui), há inquéritos e ações penais ainda não julgadas, o que os mantém em condições de disputar uma eleição.
Na Câmara, onde segundo o levantamento da Transparência Brasil 202 deputados respondem a processos na Justiça, também há uma maioria que deve conseguir se manter na condição de candidato.
O deputado Jader Barbalho (PMDB/PA), por exemplo, responde a seis ações penais, uma ação civil pública e dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, em nenhum deles consta condenação, o que o deixa livre para concorrer à reeleição.
Quem também responde a uma gama de processos é o deputado Neudo Campos (PP-PR). Somente no STF são 10 ações penais e 10 inquéritos. Como não foi condenado em nenhum, também pode disputar as eleições.
A mesma sorte não teve o deputado Paulo Maluf (PP-SP). Caso o projeto Ficha Limpa seja aprovado pelo Senado dá mesma forma que chegou da Câmara, ele pode encontrar problemas para se candidatar.
Apesar de outras condenações, uma, do mês passado, onde foi acusado de superfaturamento na compra de frangos para merenda escolar da rede municipal de ensino, pode torná-lo inelegível pelas regras do Ficha Limpa.
Validade
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), caso o projeto Ficha Limpa seja aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 10 de junho, ele valerá para as eleições deste ano.
A matéria, contudo, deve ser debatida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É provável que candidatos barrados entrem com recursos na Justiça, e ela terá de decidir se a Ficha Limpa valerá ou não em 2010.
Leia mais sobre:
ficha limpa

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Disputa acirrada

Sem favoritismo em uma disputa que promete ser muito acirrada Essa é a minha opinião manifestada no portal www.rdnews.com.br em entrevista a reporter Patricia Sanches sobre os resultados da pesquisa ibope divulgada sabado 8 de maio sobre a eleição para governador em Mato Grosso deste ano. Tudo indica que , a não ser que exista profundas mudanças no quadro, o resultado em MT tende a ser bastante apertado. Aproveito para reafirmar que vejo como uma questão problematica essa intenção da candidatura Mauro Mendes de considerar que é possivel gerenciar os tres principais palanques de candidatura a presidencia em uma eleição que a cada dia caminha para ficar mais polarizada. Quero ver como ele e seus aliados vão lidar com o desafio dessa sofisticada engenharia politica
MFVMotta

Há muitos anos não há disputa tão acirrada como agora, diz analista

Patrícia Sanches

A disputa ao Palácio Paiaguás vai ser extremamente acirrada e não é possivel apontar favoritismo. A afirmação é do analista político Manoel Motta. Segundo ele, há muitos anos não se via um cenário tão indefinido como o que vem sendo confirmado pelos resultados das pesquisas de intenção de voto. Acredita que será possível saber quem tem mais chances de vencer o pleito apenas em agosto. "Uma coisa é certa. Não vai ser uma disputa simples como a que Blairo Maggi enfrentou. As coligações são amplas e vão continuar aparando divergências até o final do processo eleitoral", pontuou Motta, numa referência, por exemplo, às brigas existentes no PPS e PT.
Os petistas então divididos entre os grupos da senadora Serys Marly e o deputado federal Carlos Abicalil, que estão em pé de guerra. Serys defende apoio ao pré-candidato Mauro Mendes (PSB). Já Abicalil "bate duro" para que o PT fique com o governador Silval Barbosa (PMDB), que tenta a reeleição. O PPS está rachado entre Mendes e o ex- O PPS está rachado entre Mendes e o ex-prefeito da Capital Wilson Santos (PSDB). Os três vão disputar o Paiaguás e percorrem o Estado em busca de apoio político e dos eleitores.
Uma pesquisa estimulada feita pelo Instituto Ibope apontou nesta sexta (7) Silval como líder nas intenções de voto com 31%. Já Wilson, figura em segundo lugar com 27% e Mendes em último com 15%. Para o analista, o crescimento de Silval se deve a forte articulação política que o peemedebista tem feito junto a prefeitos e lideranças de todo o Estado. Ele acredita que o escândalo do suposto superfaturamento praticamente não abalou a imagem do governador que possui uma "raiz" diferente da "turma da botina", que seria a maior prejudicada. "Tudo isso colocou em xeque a ideia de que os empresários da turma da botina não precisavam usar o Estado, se apropriar indevidamente de recursos. Desgasta essa imagem e não a de Silval", avalia. Apesar disso, ele pontua que o peemedebista pode ser prejudicado dependendo do desenrolar dos fatos. Pondera ainda que é difícil saber se ASilval vai conseguir manter o ritmo de crescimento que teve até agora.
Numa rápida análise sobre o desempenho de Wilson, Manoel acredita que o crescimento dele depende principalmente do declínio de Mendes. "Caso Mauro continue crescendo, Wilson pode cair mais", avalia. Por outro lado, o cientista político fez questão de frisar que os eleitores mato-grossenses são bastante conservadores e que tendem a votar no presidenciável José Serra (PSDB) e são contra o PT. Os petistas nunca elegeram nenhum governador do Estado e a pré-candidatura de Serra deve ser bem articulada no Estado, o que fortalecerá o nome de Wilson ao Paiaguás. No próximo dia 15, Serra virá a Capital lançar Wilson ao governo. "Temos um eleitorado muito parecido com o de São Paulo e isso pode favorecer Wilson".
Já o desempenho de Mauro Mendes surpreendeu o especialista. Para ele, o empresário alcançou uma marca significativa ao obter 15% das intenções de voto. "Se o Mauro continuar crescendo assim, Wilson vai perder espaço", pontua. Apesar de ressaltar o crescimento do socialista, Manoel Motta, pondera que o fato dele estar em uma aliança com três palanques de presidente poderá prejudicá-lo. Apoiam o empresário o PV de Marina Silva, o PPS, que caminha com Serra, e o PSB dele que deve coligar com o PT de Dilma Rousseff. "Isso pode ser um complicador que fragilizará o nome dele ou até fortalecer sua candidatura. Tudo dependerá de como os eleitores vão ver essa aliança. A política não é uma ciência exata".

domingo, 25 de abril de 2010

A eleição presidencial 2010 e as atuais tendências

Analises como essa do professor Marcus Figueiredo do IUPERJ tem sido uma raridade no atual momento politico da luta eleitoral para a presidencia. Transcrevo aqui no blog os trechos de seu artigo que mostra suas considerações a partir da leitura que fez do resultado das pesquisas realizadas pelos principais institutos do país. Uma analise como a dele, nesses tempos ainda de paixões exarcerbadas, que procura mostrar com objetividade os dados da realidade e procura compreender as tendencias reveladas por esses dados é como apontei acima uma raridade. Vale a pena ler e refletir sobre o que ele considera relevante no atual processo de disputa.

MFVMotta

"Quem for identificado como o pai dos bons indicadores sociais e econômicos que temos hoje ganhará a disputa"

Marcus Figueiredo, especial para o iG 25/04/2010 07:56


"A eleição presidencial que se avizinha tem algumas características importantes. É a primeira pós-88 sem a presença de Lula como candidato. Desde 1989, Lula se apresentou como oposição à hegemonia liberal-conservadora que sempre governou o país, com o interregno do Presidente João Goulart, 1962-64.
Os dois mandatos do presidente Lula que se encaminham para terminar deixarão como legado um ciclo virtuoso com forte viés nacionalista-desenvolvimentista mais à feição da social-democracia do tipo europeia, diferenciando-se drasticamente do período getulista (nos dois mandatos) e do regime militar, por terem sido altamente conservadores. O que lhe dá esta marca, mais à esquerda, são o viés em favor das classes mais baixas através das políticas de desenvolvimento social e uma política econômica de rígido controle monetário, para o controle da inflação, da mesma forma que caracterizou os partidos sociais-democráticos europeus. Por esta razão Lula mantém recorde de popularidade e o PT tornou-se o mais preferido junto ao eleitorado, independentemente de seus seguidores terem consciência ideológica desta natureza.
Mais do que uma conversão ideológica, os “descamisados” que votaram em Collor, contra os “marajás”, e depois em Fernando Henrique Cardoso, pela estabilidade econômica com o Real, em 2006 votaram em Lula, pelo crescimento econômico e pela ascensão social – leia-se queda na taxa de desigualdade.
Neste clima de otimismo o eleitorado vem declarando nas pesquisas sua preferência em votar na continuidade, onde mais de 50% já declararam estar disposto a votar em um candidato apoiado pelo presidente Lula. Ainda não está claro para o eleitorado qual ou quais candidatos representam a continuidade, posto que em nenhuma das 20 pesquisas já publicadas, desde fevereiro de 2008, nenhuma delas fez a pergunta, simples: quem representa a continuidade?
Esta questão no cenário político-eleitoral é de fundamental importância. Estando o clima de opinião centrado na continuidade o discurso da mudança não tem chance de cativar a maioria dos eleitores. Da mesma forma que em 2002, o clima de opinião era pela mudança a continuidade, de FHC, não teve chance. Naquela eleição, José Serra terminou com 38% dos votos, apesar de em sua propaganda ter centrado seu discurso na mudança ele era identificado pelo eleitorado como representante da continuidade de FHC.
A terceira característica dessa eleição está, neste momento eleitoral, na alta taxa de competição política entre as candidaturas de Serra e Dilma, mais do que na competição eleitoral propriamente dita, o que mostrarei mais adiante.
Desde fevereiro de 2008 e durante todo o ano de 2009 os nomes de ambos fazem parte das pesquisas e do noticiário político como “virtuais” candidatos. Esta confirmação deu-se ao final de março quando ambos se descompatilizaram de suas funções executivas para se candidatarem, como manda a lei.
A partir do momento em que Lula apresentou Dilma como sua candidata o PSDB movimentou-se em torno dos nomes de Serra e Aécio. As disputas políticas tanto no PT quanto no PSDB foi intensa e a disputa ente os dois partidos, também intensa, produziram farto material no noticiário político, tendo seu ponto alto, ao final de 2009, quando Fernando Henrique desafiou Lula para o confronto entre os dois governos. Desafio aceito por Lula. Este confronto aberto virá mais adiante, depois de junho quando as candidaturas estiverem oficializadas perante o TSE. Por enquanto este confronto está no âmbito do noticiário político e em poucos eventos, como os dos lançamentos oficiosos das duas candidaturas ao final de março.
Apesar disto, já é perfeitamente fácil de identificar a natureza política dos dois discursos que estarão em disputa.
A candidatura de Dilma já construiu seu discurso pela continuidade, que é bem simples: o que está ótimo deve continuar (o governo Lula) – acrescentar a frase “mais e melhor” é pura retórica. O discurso da candidatura Serra segue raciocínio quase idêntico: o ciclo virtuoso durante o governo Lula só foi possível devido à herança do governo FHC, portanto o governo Lula passa a ser o “filho bastardo” que nega a herança. Acrescentar a frase “mais e melhor” a este ciclo virtuoso é pura retórica.
Ambos os argumentos sustentam a continuidade como prospecto político, a divergência está na fonte geradora do ciclo virtuoso, ou seja, quem é o pai do sucesso. Quem for identificado como o pai do sucesso, isto é, dos bons indicadores sociais e econômicos que temos hoje ganhará a eleição.
Comparando com as máximas das eleições americanas temos: nos Estados Unidos, o sucesso na economia e na guerra garante a eleição; entre nós, as máximas estabelecidas pelas eleições de FHC e Lula foram o sucesso na economia e na ascensão social. A eleição de Collor teve um efeito extraordinariamente excelente: para os “descamisados” os “salvadores da pátria” não têm mais vez, são pura empulhação.
Eleitoralmente, comparando as pesquisas mais recentes – da Sensus, do Datafolha e Ibope, podemos observar que as intenções de voto apuradas indicam uma situação de tendências ao empate técnico entre Dilma e Serra. "
Neste momento político as variações apontadas pelos diferentes institutos só servem para gerar manchetes e reportagens jornalísticas, pois o eleitorado entrou na fase crítica de “ponto de espera”: um terço está com Serra, outro terço com Dilma e outro terço disponível.
Como se diz no jargão dos pesquiseiros, “o jacaré ainda não fechou a boca”. Se as simulações estatísticas aqui demonstradas valem alguma coisa para projetar cenários futuros, estes apontam uma ligeira tendência a favor da candidatura Dilma, posto que ela tem, a demais, do seu lado o presidente Lula e os fundamentos do ciclo virtuoso que experimentos – a economia e o desenvolvimento social.
Marcus Figueiredo é professor adjunto do IUPERJ - Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro

sábado, 24 de abril de 2010

Ciro Gomes

Hoje o noticiario politico esta carregando de frases e informações sobre a desistencia de Ciro Gomes de sua candidatura a presidencia. Até agora não entendi o que aconteceu. Na minha avaliação ele acenou que seria candidato ao governo de São Paulo no momento em que transferiu seu titulo para aquele Estado. Ainda que reafirmasse que seria candidato a presidencia não fechou as portas para uma possivel candidatura ao governo de São Paulo. Como continuou a so bater no cravo e esqueceu de bater na ferradura sua possibilidade de sair candidato por São Paulo acabou ficando, pelo menos até agora, inviabilizada.
Certamente seria ele o unico candidato com uma retórica capaz de enfrentar os tucanos de alta plumagem encastelados no governo de São Paulo. Sem uma liderança de massa em São Paulo capaz de elaborar um discurso de enfrentamento aos tucanos paulistas o PT vai enfrentar dificuldades para disputar o governo do estado e ampliar o palanque de Dilma.
Com a saida de Ciro da corrida presidencial o desenho da nuvem da politica brasileira vai tomando o formato plebiscitario antevisto pelo presidente Lula.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

VESPERAS

Começou a temporada de escandalos estourando no colo de governistas. Em Mato Grosso insinua-se mais uma vez que Valdebram Padilha age sob o comando de Abicalil, Alexandre Cesar e agora tambem de Silval Barbosa, no recente escandalo da FUNASA. Essa de considerar que todos os governos tem seu mar de lama é uma tradição da cultura politica brasileira de oposição. Da UDN lacerdista ao PT de Lula em todas as vesperas de eleições mergulhava-se adversarios e desafetos no mar de lama da corrupção politica e economica.
MFVMotta