Jornalista com larga experiencia na reportagem e na editoria de politica na imprensa de Mato Grosso Kleber Lima escreve um dos textos mais desmistificadores sobre o recorrente discurso dos que se apresentam como o "novo" em politica. Sua analise se coloca com a lucidez de quem possue argumentos solidos para explicar o que de fato ocorre no processo eleitoral. Seu texto reverencia com o respeito que merece duas das personalidade mais experientes da historia politica recente desse territorio misterioso, enigmatico da conquista do voto popular (MFVMotta)
O aceno à velha política
É curioso como alguns processos políticos se repetem, como um pião girando em torno de seu próprio eixo. O discurso eleitoral de quem está começando é um desses casos. No afã de diferenciar-se dos que já estão estabelecidos, os noviços praguejam quem já está nas lides políticas há mais tempo excomungando-os como se fossem verdadeiros anti-cristos. Se esquecem que ao nivelar tudo por baixo acabam prejudicando-se a si mesmos, ou, em outra hipótese, não têm divergências concretas contra quem criticam. Apenas e tão somente desejam seus lugares. Alguns candidatos fazem desse clichê o núcleo de seus discursos eleitorais este ano. Vemos candidatos a deputado estadual que certamente nunca foram sequer a uma sessão da Assembléia Legislativa falar bobagens e mais bobagens, partindo sempre do mesmo lugar-comum: que os atuais deputados são velhos, ultrapassados, etc. Não sabem, e talvez nunca venham a saber, que o novo ou o velho em política não se mede pela idade nem pelo tempo que o sujeito atua na área, mas por suas práticas, pelo modelo de representação que adotou, por seus princípios. Os casos mais graves, contudo, são de outros que já não são tão estreantes assim, mas se utilizam do mesmo expediente de apequenar seus concorrentes para poderem se comparar. É uma tática antiga de quem, por exemplo, costuma não ter virtudes suficientes para justificar-se. Em português caboclo, defendem a tática do “se a sua luz não brilha, ofusque a luz dos outros”. Já no campo das disputas majoritárias, habitat impróprio para novatos e amadores, a tática é também utilizada, mas não ingenuamente como nos casos anteriores. Dessa vez é puro erro de cálculo, simples equívoco na estratégia, ou crua maldade no enfrentamento dos adversários. Esta semana uma notícia veiculada na imprensa chamou a atenção para essa tática dos novatos. O candidato ao Senado Pedro Taques, useiro e vezeiro dos ataques ao que chama de “velha política”, encontrou-se com Júlio Campos num arrastão em Várzea Grande. Acenou-lhe efusivamente e sua assessoria apressou-se em divulgar que Júlio teria lhe declarado seu voto pessoal. No mesmo dia, Júlio, também por meio da sua assessoria, desmentiu a informação, e afirmou que apenas retribuiu ao cumprimento por uma questão de educação. Ao que tudo indica a tese de Pedro Taques não resistiu ao primeiro teste fora das telinhas da TV e das ondas do rádio, na vida real. Ao divulgar o aceno com Júlio Campos, Taques quis valorizá-lo como um ativo para sua campanha. O flerte, contudo, foi ridicularizado pela negativa de Júlio. Moral da história: a velha política pode ser boa, desde que seja a nosso favor. Candidato a governador de Taques, Mauro Mendes também usa o discurso de ataque à “velha política”. Uma das suas peças de campanha mostra José Riva, Carlos Bezerra e Pedro Henry, entre outros, ao lado de Silval Barbosa, tentando combatê-lo por suas companhias. Não revela, no entanto, que Bezerra, Riva e Henry estavam no seu palanque na eleição de 2008 em Cuiabá, tampouco que foi visitar a esposa de Riva, quando a dona Janete foi presa recentemente, e muito menos que estava muito seduzido para ser o vice de Silval 70 dias atrás. Moral da história: a velha política só não serve quando não está a nosso favor. Não se pode classificar Pedro Taques e Mauro Mendes de ingênuos. Em seu favor podemos dizer apenas que são neófitos em política. Mas isso não os redime das contradições apontadas acima. Talvez suas práticas oportunistas e incoerentes os tornem até mais velhos que a “velha política” que tanto combatem da boca pra fora. Se prosperarem em suas carreiras na política, logo terão que tomar uma decisão importante: sair da política após cumprirem seus primeiros mandatos - sob pena de se tornarem eles próprios a “velha política” – ou reformularem radicalmente seus pontos de vista. Uma coisa parece ser mais evidente: Taques e Mauro, embora desejem entrar na política como anti-políticos dificilmente conseguirão carreiras tão exitosas como as de Bezerra e Júlio.
* KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Mato Grosso. E-mail: kleberlima@terra.com.br.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
A Questão do Aborto no Processo Eleitoral em Mato Grosso
Banalizar um tema da maior seriedade como o do aborto na base do á favor ou contra é um profundo desrespeito ao sofrimento de milhares de mulheres que tiveram um dia de se submeter à interrupção de uma gravidez. Imagino e apenas só imagino, pois a natureza de minha condição masculina impede de vivenciar esse sentimento, a angústia, o medo, a solidão e a dor da imensa legião de mulheres que tiveram que fazer essa opção.
O que leva uma mulher a interromper uma gravidez? Por que uma gravidez se torna algo tão indesejado para uma mulher que se vê forçada a interrompê-la?
Invocar apenas razões religiosas e morais nesse debate é insuficiente. Qualquer pessoa com responsabilidade social e política sabe que a questão é muito mais profunda. O que está posto em discussão nesse momento é uma possível modificação na legislação que implicaria em sua descriminalização. Essa é uma pauta que não da para escamotear utilizando apenas argumentos fundados na religião e na moral. É necessário que se diga que não esta em discussão no congresso um projeto Herodes para que inocentes mulheres grávidas sejam indiscriminadamente submetidas a abortos forçados.
Sei que no calor da disputa eleitoral apresentar o adversário como um possível defensor de uma indiscriminada matança de indefesos e inocentes fetos e se apresentar como um paladino em defesa de românticas gestações bem sucedidas de lindos e sorridentes bebezinhos é uma tentação para candidatos e marqueteiros que gostam de ver o circo pegar fogo.
A idéia é que esse tipo de postura possa render uma meia dúzia de votos de homens e mulheres religiosos e de boa fé que por suas convicções não concordam com interrupções da gravidez. No meu entendimento essa postura não ajuda ao debate democrático de questão.
A realidade do aborto nesse país é um fato que preocupa os profissionais de saúde da mulher. Dados de entidades como os da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Estatística revelam que 25% das mulheres em idade reprodutiva já abortaram pelo menos uma vez. É uma leviandade política e moral não levar em conta esses números no debate em curso no congresso.
De maneira silenciosa e clandestina sua pratica, afirmam esses profissionais, reproduzem o lugar social de onde elas vêem. As mais endinheiradas recorrem aos préstimos de profissionais que aceitam realizar na ilegalidade essa pratica ou viajam para o exterior e interrompem a gravidez em países em que o aborto é permitido. As imensas legiões das mais pobres vão engrossar a perversa estatística de abortos clandestinos feitos em condições sanitárias precárias e com riscos de morte.
A decisão de se submeter ou não a um aborto é em ultima instancia da mulher. Ela é que dá a ultima palavra sobre o prosseguimento ou não da gravidez. Afinal é no seu corpo que se desenvolve a gestação. Essa decisão que pela legislação atual implica em pratica criminosa conduz uma multidão de mulheres a um território de risco. Condenadas desde o momento de sua decisão a guardar silencio durante o resto de suas vidas, a carregar o peso de ter desobedecido à lei e a execração moral pela tradição religiosa.
Tenho o maior respeito e carinho por todas as mulheres que um dia por alguma razão tiveram que interromper em risco e sofrimento a gravidez.
Manoel F V Motta – Analista político, doutor em educação e professor da UFMT
O que leva uma mulher a interromper uma gravidez? Por que uma gravidez se torna algo tão indesejado para uma mulher que se vê forçada a interrompê-la?
Invocar apenas razões religiosas e morais nesse debate é insuficiente. Qualquer pessoa com responsabilidade social e política sabe que a questão é muito mais profunda. O que está posto em discussão nesse momento é uma possível modificação na legislação que implicaria em sua descriminalização. Essa é uma pauta que não da para escamotear utilizando apenas argumentos fundados na religião e na moral. É necessário que se diga que não esta em discussão no congresso um projeto Herodes para que inocentes mulheres grávidas sejam indiscriminadamente submetidas a abortos forçados.
Sei que no calor da disputa eleitoral apresentar o adversário como um possível defensor de uma indiscriminada matança de indefesos e inocentes fetos e se apresentar como um paladino em defesa de românticas gestações bem sucedidas de lindos e sorridentes bebezinhos é uma tentação para candidatos e marqueteiros que gostam de ver o circo pegar fogo.
A idéia é que esse tipo de postura possa render uma meia dúzia de votos de homens e mulheres religiosos e de boa fé que por suas convicções não concordam com interrupções da gravidez. No meu entendimento essa postura não ajuda ao debate democrático de questão.
A realidade do aborto nesse país é um fato que preocupa os profissionais de saúde da mulher. Dados de entidades como os da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Estatística revelam que 25% das mulheres em idade reprodutiva já abortaram pelo menos uma vez. É uma leviandade política e moral não levar em conta esses números no debate em curso no congresso.
De maneira silenciosa e clandestina sua pratica, afirmam esses profissionais, reproduzem o lugar social de onde elas vêem. As mais endinheiradas recorrem aos préstimos de profissionais que aceitam realizar na ilegalidade essa pratica ou viajam para o exterior e interrompem a gravidez em países em que o aborto é permitido. As imensas legiões das mais pobres vão engrossar a perversa estatística de abortos clandestinos feitos em condições sanitárias precárias e com riscos de morte.
A decisão de se submeter ou não a um aborto é em ultima instancia da mulher. Ela é que dá a ultima palavra sobre o prosseguimento ou não da gravidez. Afinal é no seu corpo que se desenvolve a gestação. Essa decisão que pela legislação atual implica em pratica criminosa conduz uma multidão de mulheres a um território de risco. Condenadas desde o momento de sua decisão a guardar silencio durante o resto de suas vidas, a carregar o peso de ter desobedecido à lei e a execração moral pela tradição religiosa.
Tenho o maior respeito e carinho por todas as mulheres que um dia por alguma razão tiveram que interromper em risco e sofrimento a gravidez.
Manoel F V Motta – Analista político, doutor em educação e professor da UFMT
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
O Festival Calango e a Era Digital
Na primeira metade do seculo XX o filosofo Walter Benjamim se espantava com a velocidade de difusão que a reprodutilidade da obra de arte permitia. Jovem,filha da primeira geraçaõ do seculo XXI Mariele Ramirez nos mostra com naturalidade como esses tempos digitais amplia essa possibilidade de reprodutibilidade e permite que a partir da periferia em lugares considerados teritorios "fora do eixo" é possivel articular talentos e difundi-los por essa imensidão quase infinita da blogesfera. (Manoel F V Motta)
O Festival Calango e a Era Digital
A internet impactou a forma de pensar do homem contemporâneo. No aspecto sócio-econômico, as mudanças implicadas são potencialmente as de maior impacto desde a Revolução Industrial, e afetaram profundamente a organização tanto da economia como da sociedade.
A tv levou cinquenta anos para se popularizar. A internet o fez em apenas dez. Estima-se que um em cada três brasileiros já estão conectados à internet, o que representa setenta milhões de pessoas em todo o país. Número que só vem aumentando. Pesquisas revelam que só em 2006, 12 milhões de computadores pessoais foram vendidos. Isso representa toda a população da megalópole Tóquio.
Com a popularização, a rapidez e a instrumentalização destas tecnologias no cotidiano de milhares de pessoas em todo o mundo, elaborou-se um conjunto de práticas sociais características do século XXI, pautadas em princípios como participação popular, interatividade, colaboração, compartilhamento, entre outras, próprias destes novos tempos.
Essa nova forma de dialogar vem alterando paradigmas certamente também no campo de negócios. O mercado da música brasileira, por exemplo, vive um momento ímpar no país hoje. As novas tecnologias digitais baratearam os custos de produção no setor, e promoveram amplo acesso aos produtos musicais gerados por cantores e grupos de qualquer época, em todo o mundo.
Através do então Napster, e depois, de outros softwares de downloads de arquivos, foi possível acessar qualquer fonograma em formato mp3 e outros disponíveis na web, a custos quase zero.
O resultado foi que a indústria fonográfica - que até a alguns anos era hegemônica no mercado musical - vem sofrendo duros golpes em virtude da queda nas vendas de CD`s. Para se ter uma idéia, segundo matéria publicada no site da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, os discos de ouro, que representavam 100 mil cópias vendidas, hoje representam 50 mil; e os de diamante que representavam 1 milhão de CDs vendidos, hoje equivalem 250 mil.
No contraponto a esse novo cenário experimentado pela grande indústria, é observado um contexto marcado pelo chamado fenômeno "Calda Longa". A Calda Longa assim intitulada pelo pesquisador Chris Anderson, é classificado como um processo de transformação do mercado dominado por poucos hits, para aquele marcado por inúmeros nichos e de micro-hits, o que nos faz pensar que foi-se a época em que uma música estourada nasrádios, ou que haverá mais grupos que abocanharão grande parcela do mercado. Ou seja, está em ascenção o fortalecimento do mercado da música independente e de iniciativas associadas em redes de relacionamento, ou redes sócios-musicais, como o Circuito Fora do Eixo, as Casas Associadas e a Abrafin.
A Abrafin, a exemplo dessas iniciativas, é uma Associação Brasileira de Festivais de Música Independente, que reúne cerca de 40 festivais de música em mais de 20 estados diferentes, e que faz circular por ano, mais de mil artistas e grupos do Brasil, América Latina e outros países do mundo.
Os festivais de música Os festivais de música independente são considerados uma das principais plataformas de circulação e distribuição da música independente brasileira contemporânea, convencionou-se afirmar, em virtude disso, que a nova cara da música brasileira passa por ali.
O Festival Calango faz parte desta rede sócio-musical nacional. É considerado um dos principais eventos deste circuito, sendo que em Mato Grosso, é o principal representante desta nova era de diálogo.
O Calango é um dos projetos que fazem parte do calendário de ações do Espaço Cubo, instituto cultural cuiabano que desenvolve trabalhos nas áreas de cultura, comunicação livre, artes integradas e economia solidária, com parceiros em todo o Brasil.
Em 2010, chega a sua 8ª edição, exibindo, mais uma vez, o que há de melhor na nova safra da música popular contemporânea produzida por artistas não vinculados a grandes e /ou médias gravadoras. Além dos shows, propõe o diálogo com outros campos da cultura, e também o debate sobre sustentabilidade e autogestão, evidentes nas oficinas, palestras, conferências, mostras, rodadas de bate-papos, atividades em escolas e uma e uma feira de tecnologia solidária com produtos culturais produzidos por profissionais ligados ao setor.
O Calango surgiu em 2001, em um período em que, o setor da música em Cuiabá era dominado pelo circuito cover de barzinhos. Desde então, o festival cresceu; deu palco a mais de trezentos grupos e artistas populares de todo país e América do Sul, especialmente os do chamado fora do eixo; ganhou visibilidade nacional; revelou grandes talentos cuiabanos para o Brasil, como o Vanguart e o Macaco Bong; e colocou aa capital de MT em papel de destaque em meio a produção cultural nacional.
Em 2010 uma das metas é intensificar ainda mais a proposta, promovendo uma grande mostra de artes integradas e tecnologia de gestão com ênfase na música independente
Mariele Ramirez
O Festival Calango e a Era Digital
A internet impactou a forma de pensar do homem contemporâneo. No aspecto sócio-econômico, as mudanças implicadas são potencialmente as de maior impacto desde a Revolução Industrial, e afetaram profundamente a organização tanto da economia como da sociedade.
A tv levou cinquenta anos para se popularizar. A internet o fez em apenas dez. Estima-se que um em cada três brasileiros já estão conectados à internet, o que representa setenta milhões de pessoas em todo o país. Número que só vem aumentando. Pesquisas revelam que só em 2006, 12 milhões de computadores pessoais foram vendidos. Isso representa toda a população da megalópole Tóquio.
Com a popularização, a rapidez e a instrumentalização destas tecnologias no cotidiano de milhares de pessoas em todo o mundo, elaborou-se um conjunto de práticas sociais características do século XXI, pautadas em princípios como participação popular, interatividade, colaboração, compartilhamento, entre outras, próprias destes novos tempos.
Essa nova forma de dialogar vem alterando paradigmas certamente também no campo de negócios. O mercado da música brasileira, por exemplo, vive um momento ímpar no país hoje. As novas tecnologias digitais baratearam os custos de produção no setor, e promoveram amplo acesso aos produtos musicais gerados por cantores e grupos de qualquer época, em todo o mundo.
Através do então Napster, e depois, de outros softwares de downloads de arquivos, foi possível acessar qualquer fonograma em formato mp3 e outros disponíveis na web, a custos quase zero.
O resultado foi que a indústria fonográfica - que até a alguns anos era hegemônica no mercado musical - vem sofrendo duros golpes em virtude da queda nas vendas de CD`s. Para se ter uma idéia, segundo matéria publicada no site da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, os discos de ouro, que representavam 100 mil cópias vendidas, hoje representam 50 mil; e os de diamante que representavam 1 milhão de CDs vendidos, hoje equivalem 250 mil.
No contraponto a esse novo cenário experimentado pela grande indústria, é observado um contexto marcado pelo chamado fenômeno "Calda Longa". A Calda Longa assim intitulada pelo pesquisador Chris Anderson, é classificado como um processo de transformação do mercado dominado por poucos hits, para aquele marcado por inúmeros nichos e de micro-hits, o que nos faz pensar que foi-se a época em que uma música estourada nasrádios, ou que haverá mais grupos que abocanharão grande parcela do mercado. Ou seja, está em ascenção o fortalecimento do mercado da música independente e de iniciativas associadas em redes de relacionamento, ou redes sócios-musicais, como o Circuito Fora do Eixo, as Casas Associadas e a Abrafin.
A Abrafin, a exemplo dessas iniciativas, é uma Associação Brasileira de Festivais de Música Independente, que reúne cerca de 40 festivais de música em mais de 20 estados diferentes, e que faz circular por ano, mais de mil artistas e grupos do Brasil, América Latina e outros países do mundo.
Os festivais de música Os festivais de música independente são considerados uma das principais plataformas de circulação e distribuição da música independente brasileira contemporânea, convencionou-se afirmar, em virtude disso, que a nova cara da música brasileira passa por ali.
O Festival Calango faz parte desta rede sócio-musical nacional. É considerado um dos principais eventos deste circuito, sendo que em Mato Grosso, é o principal representante desta nova era de diálogo.
O Calango é um dos projetos que fazem parte do calendário de ações do Espaço Cubo, instituto cultural cuiabano que desenvolve trabalhos nas áreas de cultura, comunicação livre, artes integradas e economia solidária, com parceiros em todo o Brasil.
Em 2010, chega a sua 8ª edição, exibindo, mais uma vez, o que há de melhor na nova safra da música popular contemporânea produzida por artistas não vinculados a grandes e /ou médias gravadoras. Além dos shows, propõe o diálogo com outros campos da cultura, e também o debate sobre sustentabilidade e autogestão, evidentes nas oficinas, palestras, conferências, mostras, rodadas de bate-papos, atividades em escolas e uma e uma feira de tecnologia solidária com produtos culturais produzidos por profissionais ligados ao setor.
O Calango surgiu em 2001, em um período em que, o setor da música em Cuiabá era dominado pelo circuito cover de barzinhos. Desde então, o festival cresceu; deu palco a mais de trezentos grupos e artistas populares de todo país e América do Sul, especialmente os do chamado fora do eixo; ganhou visibilidade nacional; revelou grandes talentos cuiabanos para o Brasil, como o Vanguart e o Macaco Bong; e colocou aa capital de MT em papel de destaque em meio a produção cultural nacional.
Em 2010 uma das metas é intensificar ainda mais a proposta, promovendo uma grande mostra de artes integradas e tecnologia de gestão com ênfase na música independente
Mariele Ramirez
domingo, 1 de agosto de 2010
Ocupação da Hidreletica de Dardanelos em Aripuanã em Mato Grosso
Severino Motta unico reporter da midia nacional a cobrir o que aconteceu na hidreletica de "Dardanelos" em Aripuanã no MT esta semana realizou reportagem sobre a ocupação feita pelos povos indigenas da região no portal ig.com.br e que reproduzimos a seguir:
Iphan deve criar museu indígena em Aripuanã
No local serão exibidas cerâmicas e urnas mortuárias encontradas na propriedade da usina de Dardanelos
Severino Motta, enviado a Uripuanã | 28/07/2010 05:03
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deve criar um museu para abrigar peças indígenas encontradas no terreno da usina hidrelétrica de Dardanelos. O material, que está atualmente na capital de Mato Grosso - Cuiabá - deve ser transferido para o noroeste do Estado e ficar em exposição permanente.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deve criar um museu para abrigar peças indígenas encontradas no terreno da usina hidrelétrica de Dardanelos. O material, que está atualmente na capital de Mato Grosso - Cuiabá - deve ser transferido para o noroeste do Estado e ficar em exposição permanente.
O museu será o resultado de um estudo étnico-arqueológico a ser realizado numa parceria do Iphan com o Consórcio Águas da Pedra, responsável pela construção da usina de Dardanelos no município de Aripuanã (1000 km a noroeste de Cuiabá).
De acordo com o Coordenador de Pesquisa e Licenciamento do Iphan, Rogério José Dias, o material possibilitará uma maior compreensão dos povos que habitaram o noroeste de Mato Grosso há "tempos imemoriais".
O estudo e o museu foram parte do acordo feito pelos índios que ocupavam o canteiro de obras de Dardanelos para a desocupação do local. Devido às urnas mortuárias encontradas, os indígenas passaram a considerar a região como área sagrada.
Por isso, o espaço onde as peças foram encontradas deve ser isolado e nenhum tipo de construção poderá ser feito. "As peças que já foram retiradas vão para esse museu. O local será mantido intocável para preservarmos a história dos índios, afinal, ninguém quer que o cemitério onde estão seus familiares seja destruído com obras", disse Rogério.
De acordo com o Coordenador de Pesquisa e Licenciamento do Iphan, Rogério José Dias, o material possibilitará uma maior compreensão dos povos que habitaram o noroeste de Mato Grosso há "tempos imemoriais".
O estudo e o museu foram parte do acordo feito pelos índios que ocupavam o canteiro de obras de Dardanelos para a desocupação do local. Devido às urnas mortuárias encontradas, os indígenas passaram a considerar a região como área sagrada.
Por isso, o espaço onde as peças foram encontradas deve ser isolado e nenhum tipo de construção poderá ser feito. "As peças que já foram retiradas vão para esse museu. O local será mantido intocável para preservarmos a história dos índios, afinal, ninguém quer que o cemitério onde estão seus familiares seja destruído com obras", disse Rogério.
Líder indígena defende invasão
Presidente da Organização indígena do noroeste de Mato Grosso disse que invasão foi única forma de obter acordo com governo e empresa
Severino Motta, enviado a Uripuanã | 28/07/2010 05:02
O presidente da organização indígena do noroeste de Mato Grosso, Jair Tsaibatatse, disse ao iG que a invasão do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Dardanelos, no município de Aripuanã (1000 km a noroeste de Cuiabá-MT), foi a única saída encontrada para que os índios obtivessem compensações pelo impacto ambiental gerado pela obra. Apesar de considerar a invasão um sucesso, ele disse esperar que algo semelhante não volte a acontecer.
"Está tudo resolvido, está feito o acordo. Fizeram o compromisso e vamos esperar cumprir. Espero que nunca mais aconteça isso", disse.
Jair ainda disse que há mais de um ano os indígenas lutavam por uma compensação devido à usina ter sido construída num terreno que abriga um cemitério indígena. "Tivemos que invadir devido ao fato de que desde a época... a comunidade, a etnia Arara e Cinta-Larga, eles queriam que pagasse a compensação do impacto que estava dando".
O presidente da organização indígena do noroeste de Mato Grosso, Jair Tsaibatatse, disse ao iG que a invasão do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Dardanelos, no município de Aripuanã (1000 km a noroeste de Cuiabá-MT), foi a única saída encontrada para que os índios obtivessem compensações pelo impacto ambiental gerado pela obra. Apesar de considerar a invasão um sucesso, ele disse esperar que algo semelhante não volte a acontecer.
"Está tudo resolvido, está feito o acordo. Fizeram o compromisso e vamos esperar cumprir. Espero que nunca mais aconteça isso", disse.
Jair ainda disse que há mais de um ano os indígenas lutavam por uma compensação devido à usina ter sido construída num terreno que abriga um cemitério indígena. "Tivemos que invadir devido ao fato de que desde a época... a comunidade, a etnia Arara e Cinta-Larga, eles queriam que pagasse a compensação do impacto que estava dando".
Índios desocupam usina de Dardanelos, no Mato Grosso
Índios chegam a acordo com o governo e com empresa responsável pela usina de Dardanelos e deixam o local
Severino Motta, enviado a Uripuanã | 27/07/2010 17:19 - Atualizada às 20:50
O grupo de cerca de 200 índios que invadiu a Usina Hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã – a cerca de 1.000 km a noreoeste de Cuiabá (MT) – começou a desocupar o local nesta terça-feira.
Após uma reunião que durou o dia todo, um acordo entre o governo do Estado, prefeitura, Funai e a companhia responsável pelo empreendimento agradou a comunidade indígena e garantiu benefícios para as tribos Cinta-Larga e Araras, que vivem próximas a usina. Cerca de 50 índios saíram durante o dia e os outros 150 restantes começaram a deixar o local por volta das 20h.
Pelo acordo, o governo do Estado aplicará recursos em um programa para a saúde indígena e também investirá na formação de professores para as aldeias (que ministrarão aulas baseadas na cultura de cada etnia).
A prefeitura de Aripuanã em parceria com o governo fará a manutenção constante das vias de acesso às tribos. Os índios reclamavam que, durante o período das chuvas, ficavam ilhados em suas comunidades.
O consórcio Águas da Pedra, responsável pela construção da Usina de Dardanelos, ficará responsável pela elaboração de um plano que mitigue os efeitos do empreendimento ao meio ambiente e também terá de tocar um plano de apoio social, com estímulo à produtividade das terras indígenas e auxílio na comercialização de excedentes.
Além disso também ficou acertado que o Iphan fará uma pesquisa no patrimônio ambiental e, caso necessário, irá retirar objetos arqueológicos para a construção de um museu que ficará em posse dos índios.
Ao iG, a assessora técnica de gestão ambiental da Funai, Vivian de Oliveira, disse que nenhum tipo de recurso será repassado diretamente aos índios. “Essa história de dar R$ 10 milhões nunca existiu. Nós não apoiamos esse tipo de coisa”, disse.
O grupo de cerca de 200 índios que invadiu a Usina Hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã – a cerca de 1.000 km a noreoeste de Cuiabá (MT) – começou a desocupar o local nesta terça-feira.
Após uma reunião que durou o dia todo, um acordo entre o governo do Estado, prefeitura, Funai e a companhia responsável pelo empreendimento agradou a comunidade indígena e garantiu benefícios para as tribos Cinta-Larga e Araras, que vivem próximas a usina. Cerca de 50 índios saíram durante o dia e os outros 150 restantes começaram a deixar o local por volta das 20h.
Pelo acordo, o governo do Estado aplicará recursos em um programa para a saúde indígena e também investirá na formação de professores para as aldeias (que ministrarão aulas baseadas na cultura de cada etnia).
A prefeitura de Aripuanã em parceria com o governo fará a manutenção constante das vias de acesso às tribos. Os índios reclamavam que, durante o período das chuvas, ficavam ilhados em suas comunidades.
O consórcio Águas da Pedra, responsável pela construção da Usina de Dardanelos, ficará responsável pela elaboração de um plano que mitigue os efeitos do empreendimento ao meio ambiente e também terá de tocar um plano de apoio social, com estímulo à produtividade das terras indígenas e auxílio na comercialização de excedentes.
Além disso também ficou acertado que o Iphan fará uma pesquisa no patrimônio ambiental e, caso necessário, irá retirar objetos arqueológicos para a construção de um museu que ficará em posse dos índios.
Ao iG, a assessora técnica de gestão ambiental da Funai, Vivian de Oliveira, disse que nenhum tipo de recurso será repassado diretamente aos índios. “Essa história de dar R$ 10 milhões nunca existiu. Nós não apoiamos esse tipo de coisa”, disse.
"Fomos roubados pelos índios", dizem funcionários
Trabalhadores da usina de Dardanelos afirmam que índios roubaram de peças de roupas a celulares e notebooks
Severino Motta, enviado a Aripuanã | 28/07/2010 05:00 - Atualizada às 14:19
Funcionário de usina fala sobre invasão
Alguns dos funcionários que foram feitos reféns no domingo após a invasão à usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã, alegam que foram roubados pelos índios. De acordo com eles, roupas, sapatos, celulares, rádios e notebooks foram levados pelos indígenas. Com o episódio, muitos temem voltar à rotina de trabalho.
"Os índios chegaram de manhã, gritando, arrombando porta e mandando a agente sair dos alojamentos que iam tacar fogo. Depois quem falava no celular eles pegavam. Se gostavam de um tênis pegavam. E nos alojamentos não sobrou nada de ninguém, fomos roubados pelos índios", disse Luis Carlos Anunciação, encanador industrial da usina.
Segundo o relato de outros trabalhadores, que estão alojados em pousadas no município de Aripuaná (1000 km a noroeste de Cuiabá-MT), há receio de voltar a morar no alojamento da companhia.
"Não só eu [tenho medo de voltar], todo mundo, a maioria não quer voltar, para trabalhar é uma coisa, para morar não. Quebraram tudo, colocaram papel dentro do banheiro, em vez de fazer dentro do banheiro fizeram dentro do quarto e nós ficamos no sal, como vai dormir num local daquele com tudo quebrado", disse Marcelino Rosa do Nascimento, encanador industrial.
O capitão Taques, da Polícia Militar, responsável pela primeira vistoria nas dependências da usina, revelou ao iG que encontrou o local "todo bagunçado, com algumas portas arrebentadas e diversos objetos faltando". Mas segundo o capitão, pelo número de índios que estavam no local esperava-se que a situação fosse pior. "O refeitório, uma área de rancho e o painel de força estão preservados. Mas o alojamento, a farmácia e uma parte administrativa da empresa tiveram danos", afirmou.
Na tarde desta quarta-feira, a companhia deve fazer uma relação de objetos que estão faltando para apresentar junto ao boletim de ocorrência que será produzido. Nesta quinta-feira deve ser a vez dos trabalhadores da empresa registrarem os boletins de ocorrência pelos objetos danificados ou que desapareceram dos alojamentos.
Recuperação
Com o fim da invasão, o presidente da Companhia Águas de Pedra, José Piccolli, disse que objetos foram devolvidos pelos índios e que serão encaminhados a seus respectivos donos. Ainda não é possível saber se todo o material foi recuperado.
Funcionário de usina fala sobre invasão
Alguns dos funcionários que foram feitos reféns no domingo após a invasão à usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã, alegam que foram roubados pelos índios. De acordo com eles, roupas, sapatos, celulares, rádios e notebooks foram levados pelos indígenas. Com o episódio, muitos temem voltar à rotina de trabalho.
"Os índios chegaram de manhã, gritando, arrombando porta e mandando a agente sair dos alojamentos que iam tacar fogo. Depois quem falava no celular eles pegavam. Se gostavam de um tênis pegavam. E nos alojamentos não sobrou nada de ninguém, fomos roubados pelos índios", disse Luis Carlos Anunciação, encanador industrial da usina.
Segundo o relato de outros trabalhadores, que estão alojados em pousadas no município de Aripuaná (1000 km a noroeste de Cuiabá-MT), há receio de voltar a morar no alojamento da companhia.
"Não só eu [tenho medo de voltar], todo mundo, a maioria não quer voltar, para trabalhar é uma coisa, para morar não. Quebraram tudo, colocaram papel dentro do banheiro, em vez de fazer dentro do banheiro fizeram dentro do quarto e nós ficamos no sal, como vai dormir num local daquele com tudo quebrado", disse Marcelino Rosa do Nascimento, encanador industrial.
O capitão Taques, da Polícia Militar, responsável pela primeira vistoria nas dependências da usina, revelou ao iG que encontrou o local "todo bagunçado, com algumas portas arrebentadas e diversos objetos faltando". Mas segundo o capitão, pelo número de índios que estavam no local esperava-se que a situação fosse pior. "O refeitório, uma área de rancho e o painel de força estão preservados. Mas o alojamento, a farmácia e uma parte administrativa da empresa tiveram danos", afirmou.
Na tarde desta quarta-feira, a companhia deve fazer uma relação de objetos que estão faltando para apresentar junto ao boletim de ocorrência que será produzido. Nesta quinta-feira deve ser a vez dos trabalhadores da empresa registrarem os boletins de ocorrência pelos objetos danificados ou que desapareceram dos alojamentos.
Recuperação
Com o fim da invasão, o presidente da Companhia Águas de Pedra, José Piccolli, disse que objetos foram devolvidos pelos índios e que serão encaminhados a seus respectivos donos. Ainda não é possível saber se todo o material foi recuperado.
Índios fazem 100 reféns e pedem R$ 10 mi por construção de usina
Em Mato Grosso, índios equipados com facas e arcos retêm os funcionários que trabalham na construção da usina
Um grupo de cerca de 300 índios de 11 etnias diferentes ocuparam hoje a usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã, no Mato Grosso, e impedem a saída de 100 operários. Equipados com facas e arcos, os indígenas retiveram os funcionário que trabalham na construção da usina e os prenderam em um alojamento. "Os índios em nenhum momento ameaçaram suas vidas. Pediram tranquilamente que fossem para seus alojamentos", disse Antonio Carlos Ferreira de Aquino, o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Eles querem receber uma compensação financeira de R$ 10 milhões pela inundação de áreas indígenas e a interrupção dos projetos de expansão da produção energética por meio de pequenas centrais (PCHs) previstas ao longo do rio Juruena, que corta as reservas. Os índios reivindicam as compensações por parte das autoridades pelo impacto social, cultural e ambiental da obra, localizada a 30 quilômetros de sua reserva.
Aquino explicou que a empresa construtora "dinamitou" parte de um sítio arqueológico considerado sagrado pelos povos da região. "Ao longo do tempo, os índios reivindicaram uma compensação, como prevê a lei de desmobilizações (de obras públicas). Como a hidroelétrica vai começar a operar no final deste ano, perderam a paciência", disse o representante da Funai.
O gerente de Meio Ambiente da Companhia Águas da Pedra, responsável pela usina, Paulo Rogério Novaes, diz que tem receio pelos trabalhadores que estão presos dentro da área. “Eles disseram que, se em dois dias não aparecerem autoridades para resolver o problema, vão colocar fogo em todo o canteiro de obras”, alega Novaes. Na versão dele, o que os índios reivindicam são condições sociais melhores, como acesso à educação r à saúde, melhoria das estradas de acesso às aldeias e inclusão no programa Luz para Todos. “São problemas que o Estado tem que resolver, mas eles acham que são responsabilidades da usina”, afirma o gerente da Águas da Pedra.
Segundo o gerente da usina, a hidrelétrica não funcionará com represas e seu impacto ambiental é baixo. Com isso, os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância. “Mas nós temos um programa de ações mitigadoras que trata de medidas de apoio social. Só que esse programa foi entregue à Funai em 2005 e até hoje não obtivemos resposta. Queremos fazer alguma coisa, mas estamos esperando para saber o que e como”, alega Novaes.
Reintegração de posse
Por determinação do Ministério da Justiça, uma comissão, integrada por representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal se deslocará amanhã para Aripuanã, norte do Mato Grosso, a cerca de mil quilômetros de Cuiabá, onde fica a sede da hidrelétrica invadida, para negociar a libertação dos reféns e a solução do impasse. Os controladores do empreendimento também entram hoje com pedido de reintegração de posse.
A tomada da hidrelétrica foi feita pela manhã por cerca de 300 índios, liderados por caciques das etnias Arara e Cinta Larga, conhecidas pela valentia. Os cintas largas procedem da mesma região de Rondônia, a Reserva Roosevelt onde, em 2004, foram massacrados 29 garimpeiros num garimpo de diamantes. Os primeiros relatos da invasão são imprecisos, mas não há registro de mortos ou de confronto entre índios e operários, que receberam os invasores sem resistência. Eles foram levados para um barracão na construção.
Maior hidrelétrica de Mato Grosso, Dardanelos vai integrar ao Sistema Nacional de 36 cidades atendidas por termelétricas na região. A usina é uma das duas que tiveram construção autorizadas último no leilão de energia nova promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A conclusão das obras da Usina de Dardanelos está prevista para até o fim deste ano.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
O naufragio da terceira via
Contrapondo quase que na contramão ao que se falava então sobre as articulações para as candidaturas a governador em MT afirmei que considerava quase impossível a construção de uma terceira via. No meu entender a disputa iria desaguar em dois grandes blocos um de governo e outro de oposição. Ao que tudo indica os últimos acontecimentos mostram que estou com a razão. Volto agora a repetir os mesmos argumentos que usei em novembro de 2009 e reafirmar que esse caminho, de uma terceira via em Mato Grosso pelo menos para essa eleição,apesar dos desejos do empresário Mauro Mendes e do deputado Percival Muniz está interditado.
Continuo considerando que na medida em que os blocos de poder ganham nuances cada vez mais nacional, aqui na província ficam difíceis movimentos consistentes de rebeldia política. Por mais que os críticos da gestão do presidente Lula esperneiem uma pauta de governo foi estabelecida e o ponto de partida da disputa, em qualquer recanto desse país, é essa pauta. No Mato Grosso não é diferente e desde quando o governador Blairo Maggi no segundo turno de 2006 passou a apoiar o projeto de Lula assumiu o ônus e bônus dessa pauta. Se essa pauta é boa ou não para o Mato Grosso ou para o Brasil só o tempo histórico dirá.
Agora qualquer menino ou menina que esteja começando a fazer política seja no movimento estudantil, no movimento de bairro ou em qualquer outro lugar social está começando a aprender que política é compromisso. Compromisso feito e refeitos segundo interesses objetivos. Quem não entender essa lógica é provável que fique pelo meio do caminho. É verdade que os interesses postos nem sempre ficam claros, tantos são os mecanismos de dissimulação que cercam a luta política.
Pouco acostumados a seguir a orientação dos partidos temos tido todo um comportamento político em que muitos quadros partidários agiam, nos processos eleitorais, motivados segundo suas convicções individuais.Isso para não falar dos que agiam impulsionados apenas por seus interesses e conveniências. Por mais legítimas que fossem essas convicções e interesses. Ou ainda, vá lá, as conveniências.
Ainda não temos nesses nossos tenros anos de vida democrática a consciência que um quadro partidário, seja ele um dirigente, um militante ou mesmo um filiado tem que ter compromisso com o que foi decidido coletivamente nos fóruns partidários. Não faz parte da natureza de qualquer partido político admitir que uma vez tomada à decisão ela não seja posta em pratica por todos. No passado até era tolerado hoje isso acontecendo esta aberta a porta para a derrota eleitoral.
Claro que essa regra não se aplica ao cidadão ou cidadão que não tem filiação ou militância partidária orgânica, que não é quadro dirigente de partido. Enquanto cidadão ou cidadã individualmente, ele ou ela é absolutamente livre para tomar a decisão que bem entender em relação as suas escolhas eleitorais. Agora quando se faz a opção de livremente se filiar a um partido as coisas mudam. Essa é regra básica em sociedades em que a disputa pelo poder de governar o Estado se fundamenta em uma democracia política organizada em partidos.
As recentes escaramuças que estão inviabilizando a aliança PPS-PDT-PSB com acusações fortes dirigidas aos adversários demonstram que nesse estagio em que se encontra a democracia política no Brasil são pura tolice. Blocos de poder tendem a ser monolíticos, não admitem fissuras. O que explica os “rachas” nesses partidos com lideranças se insurgindo publicamente contra essa articulação e com a tendência das direções nacionais procurando fazer valer o que for decidido nacionalmente.
No presente caso mais uma vez se repete a historia de que é difícil servir a dois senhores. Emblemático ele serve para mostrar que está em curso um processo de fortalecimento de partidos de abrangência nacional. No meu entender isso é saudável para a democracia. Impossibilitado de embarcar simultaneamente com armas e bagagens no barco do Serra e Dilma, Mauro Mendes e seus aliados vão certamente naufragar.
Continuo considerando que na medida em que os blocos de poder ganham nuances cada vez mais nacional, aqui na província ficam difíceis movimentos consistentes de rebeldia política. Por mais que os críticos da gestão do presidente Lula esperneiem uma pauta de governo foi estabelecida e o ponto de partida da disputa, em qualquer recanto desse país, é essa pauta. No Mato Grosso não é diferente e desde quando o governador Blairo Maggi no segundo turno de 2006 passou a apoiar o projeto de Lula assumiu o ônus e bônus dessa pauta. Se essa pauta é boa ou não para o Mato Grosso ou para o Brasil só o tempo histórico dirá.
Agora qualquer menino ou menina que esteja começando a fazer política seja no movimento estudantil, no movimento de bairro ou em qualquer outro lugar social está começando a aprender que política é compromisso. Compromisso feito e refeitos segundo interesses objetivos. Quem não entender essa lógica é provável que fique pelo meio do caminho. É verdade que os interesses postos nem sempre ficam claros, tantos são os mecanismos de dissimulação que cercam a luta política.
Pouco acostumados a seguir a orientação dos partidos temos tido todo um comportamento político em que muitos quadros partidários agiam, nos processos eleitorais, motivados segundo suas convicções individuais.Isso para não falar dos que agiam impulsionados apenas por seus interesses e conveniências. Por mais legítimas que fossem essas convicções e interesses. Ou ainda, vá lá, as conveniências.
Ainda não temos nesses nossos tenros anos de vida democrática a consciência que um quadro partidário, seja ele um dirigente, um militante ou mesmo um filiado tem que ter compromisso com o que foi decidido coletivamente nos fóruns partidários. Não faz parte da natureza de qualquer partido político admitir que uma vez tomada à decisão ela não seja posta em pratica por todos. No passado até era tolerado hoje isso acontecendo esta aberta a porta para a derrota eleitoral.
Claro que essa regra não se aplica ao cidadão ou cidadão que não tem filiação ou militância partidária orgânica, que não é quadro dirigente de partido. Enquanto cidadão ou cidadã individualmente, ele ou ela é absolutamente livre para tomar a decisão que bem entender em relação as suas escolhas eleitorais. Agora quando se faz a opção de livremente se filiar a um partido as coisas mudam. Essa é regra básica em sociedades em que a disputa pelo poder de governar o Estado se fundamenta em uma democracia política organizada em partidos.
As recentes escaramuças que estão inviabilizando a aliança PPS-PDT-PSB com acusações fortes dirigidas aos adversários demonstram que nesse estagio em que se encontra a democracia política no Brasil são pura tolice. Blocos de poder tendem a ser monolíticos, não admitem fissuras. O que explica os “rachas” nesses partidos com lideranças se insurgindo publicamente contra essa articulação e com a tendência das direções nacionais procurando fazer valer o que for decidido nacionalmente.
No presente caso mais uma vez se repete a historia de que é difícil servir a dois senhores. Emblemático ele serve para mostrar que está em curso um processo de fortalecimento de partidos de abrangência nacional. No meu entender isso é saudável para a democracia. Impossibilitado de embarcar simultaneamente com armas e bagagens no barco do Serra e Dilma, Mauro Mendes e seus aliados vão certamente naufragar.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
As Fichas
As "fichas" são um problema no universo da vida politica desse pais ja ha muito e muito tempo. Primeiro eram as "fichas" ideologicas. aquelas preenchidas no DOPS e instituições similares que impediam que os "inimigos" do regime pudessem disputar qualquer eleição. Eram os tempos dos fichados como subversirvos. Condenados moral e politicamente a não ocupar nenhum cargo publico pelo voto. O tragico dessa historia é que essas interdições eram realizadas como sendo em defesa da democracia, democracia essa que demorou muitos anos e muitas lutas para começar a ser implantada. Agora são os tempos das novas fichas, da busca pelas fichas limpas, imaculadas. Quem sabe esse projeto das "fichas" ajude que o debate finalmente saia do campo moral e va para campo da politica.
MFVMotta
Ficha Limpa não deve pegar senadores
Pelo menos 31 senadores respondem a ações na Justiça, mas nenhum deve ficar inelegível devido ao projeto
Severino Motta. iG Brasília
O projeto Ficha Limpa, aprovado nesta terça-feira pela Câmara dos Deputados, não deve tornar nenhum senador inelegível caso seja aprovado no Senado e passe a valer para as eleições de 2010. De acordo com dados publicados no site da Transparência Brasil, 31 senadores respondem a processos na Justiça, mas nenhum teria sido condenado por órgão colegiado – exigência do Ficha Limpa para a inelegibilidade.
Entre os senadores há casos como o do ex-presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e de Raimundo Colombo (DEM-SC). O primeiro foi condenado em primeira instância por receber verba de gabinete referente a um mandato de deputado estadual após o término do exercício.
O segundo teria usado verbas das Centrais Elétricas de Santa Catarina repassadas à prefeitura de Lages para promover a festa nacional do Pinhão. As condenações esbarram em dois problemas. Além de terem sido em primeira instância, são fruto de ações populares, o que os deixa de fora da inelegibilidade proposta no projeto Ficha Limpa aprovado pela Câmara.
Para ficar inelegível – caso o texto não seja alterado pelo Senado – é preciso que a condenação seja feita por um órgão colegiado de juízes. Na maioria dos casos dos senadores (veja lista aqui), há inquéritos e ações penais ainda não julgadas, o que os mantém em condições de disputar uma eleição.
Na Câmara, onde segundo o levantamento da Transparência Brasil 202 deputados respondem a processos na Justiça, também há uma maioria que deve conseguir se manter na condição de candidato.
O deputado Jader Barbalho (PMDB/PA), por exemplo, responde a seis ações penais, uma ação civil pública e dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, em nenhum deles consta condenação, o que o deixa livre para concorrer à reeleição.
Quem também responde a uma gama de processos é o deputado Neudo Campos (PP-PR). Somente no STF são 10 ações penais e 10 inquéritos. Como não foi condenado em nenhum, também pode disputar as eleições.
A mesma sorte não teve o deputado Paulo Maluf (PP-SP). Caso o projeto Ficha Limpa seja aprovado pelo Senado dá mesma forma que chegou da Câmara, ele pode encontrar problemas para se candidatar.
Apesar de outras condenações, uma, do mês passado, onde foi acusado de superfaturamento na compra de frangos para merenda escolar da rede municipal de ensino, pode torná-lo inelegível pelas regras do Ficha Limpa.
Validade
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), caso o projeto Ficha Limpa seja aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 10 de junho, ele valerá para as eleições deste ano.
A matéria, contudo, deve ser debatida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É provável que candidatos barrados entrem com recursos na Justiça, e ela terá de decidir se a Ficha Limpa valerá ou não em 2010.
Leia mais sobre:
ficha limpa •
MFVMotta
Ficha Limpa não deve pegar senadores
Pelo menos 31 senadores respondem a ações na Justiça, mas nenhum deve ficar inelegível devido ao projeto
Severino Motta. iG Brasília
O projeto Ficha Limpa, aprovado nesta terça-feira pela Câmara dos Deputados, não deve tornar nenhum senador inelegível caso seja aprovado no Senado e passe a valer para as eleições de 2010. De acordo com dados publicados no site da Transparência Brasil, 31 senadores respondem a processos na Justiça, mas nenhum teria sido condenado por órgão colegiado – exigência do Ficha Limpa para a inelegibilidade.
Entre os senadores há casos como o do ex-presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e de Raimundo Colombo (DEM-SC). O primeiro foi condenado em primeira instância por receber verba de gabinete referente a um mandato de deputado estadual após o término do exercício.
O segundo teria usado verbas das Centrais Elétricas de Santa Catarina repassadas à prefeitura de Lages para promover a festa nacional do Pinhão. As condenações esbarram em dois problemas. Além de terem sido em primeira instância, são fruto de ações populares, o que os deixa de fora da inelegibilidade proposta no projeto Ficha Limpa aprovado pela Câmara.
Para ficar inelegível – caso o texto não seja alterado pelo Senado – é preciso que a condenação seja feita por um órgão colegiado de juízes. Na maioria dos casos dos senadores (veja lista aqui), há inquéritos e ações penais ainda não julgadas, o que os mantém em condições de disputar uma eleição.
Na Câmara, onde segundo o levantamento da Transparência Brasil 202 deputados respondem a processos na Justiça, também há uma maioria que deve conseguir se manter na condição de candidato.
O deputado Jader Barbalho (PMDB/PA), por exemplo, responde a seis ações penais, uma ação civil pública e dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, em nenhum deles consta condenação, o que o deixa livre para concorrer à reeleição.
Quem também responde a uma gama de processos é o deputado Neudo Campos (PP-PR). Somente no STF são 10 ações penais e 10 inquéritos. Como não foi condenado em nenhum, também pode disputar as eleições.
A mesma sorte não teve o deputado Paulo Maluf (PP-SP). Caso o projeto Ficha Limpa seja aprovado pelo Senado dá mesma forma que chegou da Câmara, ele pode encontrar problemas para se candidatar.
Apesar de outras condenações, uma, do mês passado, onde foi acusado de superfaturamento na compra de frangos para merenda escolar da rede municipal de ensino, pode torná-lo inelegível pelas regras do Ficha Limpa.
Validade
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), caso o projeto Ficha Limpa seja aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 10 de junho, ele valerá para as eleições deste ano.
A matéria, contudo, deve ser debatida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É provável que candidatos barrados entrem com recursos na Justiça, e ela terá de decidir se a Ficha Limpa valerá ou não em 2010.
Leia mais sobre:
ficha limpa •
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Disputa acirrada
Sem favoritismo em uma disputa que promete ser muito acirrada Essa é a minha opinião manifestada no portal www.rdnews.com.br em entrevista a reporter Patricia Sanches sobre os resultados da pesquisa ibope divulgada sabado 8 de maio sobre a eleição para governador em Mato Grosso deste ano. Tudo indica que , a não ser que exista profundas mudanças no quadro, o resultado em MT tende a ser bastante apertado. Aproveito para reafirmar que vejo como uma questão problematica essa intenção da candidatura Mauro Mendes de considerar que é possivel gerenciar os tres principais palanques de candidatura a presidencia em uma eleição que a cada dia caminha para ficar mais polarizada. Quero ver como ele e seus aliados vão lidar com o desafio dessa sofisticada engenharia politica
MFVMotta
Há muitos anos não há disputa tão acirrada como agora, diz analista
Patrícia Sanches
A disputa ao Palácio Paiaguás vai ser extremamente acirrada e não é possivel apontar favoritismo. A afirmação é do analista político Manoel Motta. Segundo ele, há muitos anos não se via um cenário tão indefinido como o que vem sendo confirmado pelos resultados das pesquisas de intenção de voto. Acredita que será possível saber quem tem mais chances de vencer o pleito apenas em agosto. "Uma coisa é certa. Não vai ser uma disputa simples como a que Blairo Maggi enfrentou. As coligações são amplas e vão continuar aparando divergências até o final do processo eleitoral", pontuou Motta, numa referência, por exemplo, às brigas existentes no PPS e PT.
Os petistas então divididos entre os grupos da senadora Serys Marly e o deputado federal Carlos Abicalil, que estão em pé de guerra. Serys defende apoio ao pré-candidato Mauro Mendes (PSB). Já Abicalil "bate duro" para que o PT fique com o governador Silval Barbosa (PMDB), que tenta a reeleição. O PPS está rachado entre Mendes e o ex- O PPS está rachado entre Mendes e o ex-prefeito da Capital Wilson Santos (PSDB). Os três vão disputar o Paiaguás e percorrem o Estado em busca de apoio político e dos eleitores.
Uma pesquisa estimulada feita pelo Instituto Ibope apontou nesta sexta (7) Silval como líder nas intenções de voto com 31%. Já Wilson, figura em segundo lugar com 27% e Mendes em último com 15%. Para o analista, o crescimento de Silval se deve a forte articulação política que o peemedebista tem feito junto a prefeitos e lideranças de todo o Estado. Ele acredita que o escândalo do suposto superfaturamento praticamente não abalou a imagem do governador que possui uma "raiz" diferente da "turma da botina", que seria a maior prejudicada. "Tudo isso colocou em xeque a ideia de que os empresários da turma da botina não precisavam usar o Estado, se apropriar indevidamente de recursos. Desgasta essa imagem e não a de Silval", avalia. Apesar disso, ele pontua que o peemedebista pode ser prejudicado dependendo do desenrolar dos fatos. Pondera ainda que é difícil saber se ASilval vai conseguir manter o ritmo de crescimento que teve até agora.
Numa rápida análise sobre o desempenho de Wilson, Manoel acredita que o crescimento dele depende principalmente do declínio de Mendes. "Caso Mauro continue crescendo, Wilson pode cair mais", avalia. Por outro lado, o cientista político fez questão de frisar que os eleitores mato-grossenses são bastante conservadores e que tendem a votar no presidenciável José Serra (PSDB) e são contra o PT. Os petistas nunca elegeram nenhum governador do Estado e a pré-candidatura de Serra deve ser bem articulada no Estado, o que fortalecerá o nome de Wilson ao Paiaguás. No próximo dia 15, Serra virá a Capital lançar Wilson ao governo. "Temos um eleitorado muito parecido com o de São Paulo e isso pode favorecer Wilson".
Já o desempenho de Mauro Mendes surpreendeu o especialista. Para ele, o empresário alcançou uma marca significativa ao obter 15% das intenções de voto. "Se o Mauro continuar crescendo assim, Wilson vai perder espaço", pontua. Apesar de ressaltar o crescimento do socialista, Manoel Motta, pondera que o fato dele estar em uma aliança com três palanques de presidente poderá prejudicá-lo. Apoiam o empresário o PV de Marina Silva, o PPS, que caminha com Serra, e o PSB dele que deve coligar com o PT de Dilma Rousseff. "Isso pode ser um complicador que fragilizará o nome dele ou até fortalecer sua candidatura. Tudo dependerá de como os eleitores vão ver essa aliança. A política não é uma ciência exata".
MFVMotta
Há muitos anos não há disputa tão acirrada como agora, diz analista
Patrícia Sanches
A disputa ao Palácio Paiaguás vai ser extremamente acirrada e não é possivel apontar favoritismo. A afirmação é do analista político Manoel Motta. Segundo ele, há muitos anos não se via um cenário tão indefinido como o que vem sendo confirmado pelos resultados das pesquisas de intenção de voto. Acredita que será possível saber quem tem mais chances de vencer o pleito apenas em agosto. "Uma coisa é certa. Não vai ser uma disputa simples como a que Blairo Maggi enfrentou. As coligações são amplas e vão continuar aparando divergências até o final do processo eleitoral", pontuou Motta, numa referência, por exemplo, às brigas existentes no PPS e PT.
Os petistas então divididos entre os grupos da senadora Serys Marly e o deputado federal Carlos Abicalil, que estão em pé de guerra. Serys defende apoio ao pré-candidato Mauro Mendes (PSB). Já Abicalil "bate duro" para que o PT fique com o governador Silval Barbosa (PMDB), que tenta a reeleição. O PPS está rachado entre Mendes e o ex- O PPS está rachado entre Mendes e o ex-prefeito da Capital Wilson Santos (PSDB). Os três vão disputar o Paiaguás e percorrem o Estado em busca de apoio político e dos eleitores.
Uma pesquisa estimulada feita pelo Instituto Ibope apontou nesta sexta (7) Silval como líder nas intenções de voto com 31%. Já Wilson, figura em segundo lugar com 27% e Mendes em último com 15%. Para o analista, o crescimento de Silval se deve a forte articulação política que o peemedebista tem feito junto a prefeitos e lideranças de todo o Estado. Ele acredita que o escândalo do suposto superfaturamento praticamente não abalou a imagem do governador que possui uma "raiz" diferente da "turma da botina", que seria a maior prejudicada. "Tudo isso colocou em xeque a ideia de que os empresários da turma da botina não precisavam usar o Estado, se apropriar indevidamente de recursos. Desgasta essa imagem e não a de Silval", avalia. Apesar disso, ele pontua que o peemedebista pode ser prejudicado dependendo do desenrolar dos fatos. Pondera ainda que é difícil saber se ASilval vai conseguir manter o ritmo de crescimento que teve até agora.
Numa rápida análise sobre o desempenho de Wilson, Manoel acredita que o crescimento dele depende principalmente do declínio de Mendes. "Caso Mauro continue crescendo, Wilson pode cair mais", avalia. Por outro lado, o cientista político fez questão de frisar que os eleitores mato-grossenses são bastante conservadores e que tendem a votar no presidenciável José Serra (PSDB) e são contra o PT. Os petistas nunca elegeram nenhum governador do Estado e a pré-candidatura de Serra deve ser bem articulada no Estado, o que fortalecerá o nome de Wilson ao Paiaguás. No próximo dia 15, Serra virá a Capital lançar Wilson ao governo. "Temos um eleitorado muito parecido com o de São Paulo e isso pode favorecer Wilson".
Já o desempenho de Mauro Mendes surpreendeu o especialista. Para ele, o empresário alcançou uma marca significativa ao obter 15% das intenções de voto. "Se o Mauro continuar crescendo assim, Wilson vai perder espaço", pontua. Apesar de ressaltar o crescimento do socialista, Manoel Motta, pondera que o fato dele estar em uma aliança com três palanques de presidente poderá prejudicá-lo. Apoiam o empresário o PV de Marina Silva, o PPS, que caminha com Serra, e o PSB dele que deve coligar com o PT de Dilma Rousseff. "Isso pode ser um complicador que fragilizará o nome dele ou até fortalecer sua candidatura. Tudo dependerá de como os eleitores vão ver essa aliança. A política não é uma ciência exata".
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