domingo, 13 de dezembro de 2009

Temas Historicos: Outro Olhar

A instalação, desenvolvimento e decadência da usina de Itayci, bem como o papel histórico de seu idealizador o Coronel Toto Paes de Barros como mostra o historiador Alfredo Mota Menezes em recente artigo tem sido um grande desafio para quem estuda a história de Mato Grosso. Como explicar não só a expressão dos capitais investidos, mas os avanços tecnológicos e sociais vindos com esse empreendimento.
Entre outras questões está a de porque essa usina ao contrario dos velhos engenhos de açúcar, tradicionalmente tocado pela mão de obra escrava, organiza sua produção com trabalhadores livres vindos da Europa e nesse caso, provavelmente por conta da origem do investimento, da Alemanha. Alem do que oferece a esses trabalhadores benefícios como a garantia de habitação e de jornada de trabalho.
Quero colocar aqui mais uma hipótese possível para explicar parte dessa dinâmica.
O final do século XIX e um momento de fortalecimento do movimento operário europeu e particularmente do alemão. É bom lembrar que a virada do século marca o crescimento da importância política da segunda internacional em que o partido alemão era uma das suas principais organizações.
O que se sabe das jornadas de trabalho, salários, oferta de formação escolar organização sindical e outras questões que faziam parte da pauta de reivindicação do movimento operário da época é que elas influenciaram no desenvolvimento de expansão do capitalismo no mundo. Ainda que o internacionalismo operário tenha perdido força, numa ironia da história, a partir da consolidação do poder soviético depois de 1917.
. É possível que muito dos benefícios sociais acordados fosse fruto de conquistas do movimento operário alemão e uma das exigências para a vinda de operários qualificados para uma região distante.
O projeto de Itayci do coronel Toto de Barros se inclui no âmbito das transformações econômicas da bacia platina da segunda metade do século XIX. O desafio de aprofundar a pesquisa dos vínculos internacionais desse empreendimento é um desafio para as novas gerações de historiadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário